A encomenda remetia para a necessidade de pensar um objecto cujo programa interior respondesse à necessidade existente de expansão da zona de lazer da casa existente.
O projecto, procurando responder claramente a esta premissa, define-se através de uma atitude muito delicada de colocar um corpo novo aposto a uma edificação pré-existente, sem parecer simultaneamente um acrescento ou algo que absorve o antigo.
O objecto arquitectónico surge, no lote, como algo que existe mas sem tocar, sem danificar, sem modelar, o terreno onde se implanta. Materializando essa necessidade espontânea que cedo poderá ser excessiva, procurando transmitir essa noção de temporário, de algo amovível, destacável.
O objecto define-se, desse modo, através de uma caixa de vidro que, sem se impor, consolida uma nova composição e recria a imagem do lote, respondendo a uma outra necessidade, implícita, mas que cedo se tornou fulcral: a necessidade de renovar a imagem de uma pré-existência fortemente descaracterizada.
Esta nova caixa de vidro, unicamente marcado por um corpo central que incorpora uma pequena zona de bar e w.c., e um espelho de água que define a zona de piscina coberta, projecta-se desse modo sobre as dunas, como um miradouro em vidro olhando o espaço do mar, em frente.