Frente Mar Figueira da Foz

 


Projecto: Requalificação e Reordenamento da Praia e Frente de Mar da Figueira da Foz

Localização: Figueira da Foz, Portugal

Ano: 2011

3º Lugar

O conceito subjacente a toda a intervenção decorre das dinâmicas ambientais e sociais da Figueira da Foz e Buarcos e assenta em duas ideias chave:
- a cidade tal como a praia é gerada através da sedimentação de camadas que mineralizam e se tornam perenes. No gradiente praia/cidade o inerte solto é fixo através de elementos vegetais amovíveis enquanto na cidade mineraliza e constitui o espaço público marginal que imerge da ponte conceptual com afloramentos do Cabo Mondego
- a relação e a vivência da cidade pelas pessoas bem como o carácter das suas especialidades não deve ser sazonal.
Ao nível do desenho urbano é assumida uma forma inspirada na paisagem local onde o espaço mineralizado é desgastado pela acção do mar criando linhas biomórficas adoçadas que resolvem transições cotas, criando acessibilidade ao plano de contacto com o mar.
A requalificação e reordenamento da frente de mar e areal da Figueira da Foz e Buarcos permite mudar o paradigma da relação da cidade com a sua frente marítima, bem como a sua silhueta. Projectada sobre o extenso areal a frente urbana da Figueira da Foz e Buarcos tem um forte impacto na paisagem, sendo necessário um especial cuidado na forma como ela é gerida e potenciada de acordo com as suas características específicas. Neste plano a valorização patrimonial é elemento essencial, sendo necessário ainda um olhar crítico sobre a fachada marginal de forma a criar dinâmicas, aberturas e clausuras enriquecedoras dessa imagem projectada e conciliadoras da paisagem.
O desenvolvimento e desenho dos novos espaços públicos garantem o conforto dos utilizadores do ponto de vista dos materiais inertes e não inertes. A proximidade ao mar representa uma condicionante do ponto de vista da vegetação, que deverá ser adaptada à salsugem e aos ventos fortes, de forma a desempenhar o seu papel moderador e ao mesmo tempo protagonista do espaço urbano.
É definida uma nova lógica de avenida com um perfil que diminui o espaço de influência do automóvel aumentando o espaço do peão, introduz-se um novo modo de transporte autónomo e ecológico e a ciclovia. É constituída uma grande praça no extremo sul da área de intervenção apropriando o aterro do parque das gaivotas que acolhe o forte de Sta. Catarina e define uma ligação íntima com o molhe norte do rio Mondego. Como elemento de remate desta praça é colocado o Casino.
Em Buarcos é feita a reorganização funcional do espaço envolvente ao teatro Caras-Direitas e Mercado com redefinição viária, o que permite a criação de uma área pavimentada mais ampla que acolhe diferentes acontecimentos. Na marginal é feita a ocupação do aterro pelo novo desenho da marginal que vai acolher equipamentos distintos. No limite norte é feita a reorganização do estacionamento com supressão da rotunda. O novo estacionamento acolhe vivência de espaço público e ensombramento.
O reperfilamento da Av. 25 de Abril permite o remate de concordância com a Av. do Brasil onde o separador central desaparece, toda a marginal adquire uma escala mais próxima do peão, surgem passeios mais amplos e largos com capacidade para acolher pequenas esplanadas, edifícios de restauração, cafés e outros acontecimentos sociais.
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ARQUITECTURA
Cláudia Pinto Freitas | João Pedro Martins | Daniel Oliveira | João Pereira|
ARQUITECTURA PAISAGISTA
Victor Esteves | Gonçalo Andrade | Ana Sofia Pacheco | Jorge Barbosa |